domingo, 30 de março de 2008

Se alguém perguntar por Fernanda

“Voz pequena e grande timidez. Uma garota moderna, com ares europeus e um look meio oriental, livre e independente”. Parece que Nelson Motta está descrevendo Fernanda Takai, mas foi isso que ele escreveu há 40 anos sobre Nara Leão.

Pra quem nunca enxergou, as duas moças têm mesmo muito a ver. Quando Nelson reparou e apontou o fato para Takai, se surpreendeu em saber que a vocalista da banda Pato Fu já conhecia seu trabalho. Fernanda ouvia fitas e vinis de Nara desde quando era criança.

Trabalhando em seu estúdio caseiro com o marido John (também do Pato Fu), Fernanda foi fazendo bonitas versões de canções de Nara, com um ar mais moderno e eletrônico. Cada demo era enviada para Nelson, em MP3, por e-mail. Ele retornava com observações. E foi assim por um bom tempo.

Percebendo que tinham material demais nas mãos, a decisão de lançar um álbum foi tomada e saiu o bonito “Onde Brilhem Os Olhos Seus”. O CD traz, entre outras, “Insensatez” (Jobim e Vinicius), “Luz Negra” (Nelson Cavaquinho), “Com Açúcar, Com Afeto” (Chico Buarque) e outras canções de compositores igualmente talentosos.

Muito bem recebido por público e crítica, Fernanda saiu em turnê pelo país. Um show intimista, mas bem animado e tocante. Quando coloquei o CD dela pra tocar no som do carro, meu pai disse (ao ouvir “Odeon”): “Gente, mas essa moça não fazia rock? Quem diria!”. E é isso mesmo. A própria cantora explica no show: "Não tem dessa de erudito ou popular". Música boa é aquele que é mágica, que nos faz bem. E ponto. O show foi muito gostoso pois era algo diferente. A platéia parecia estar muito feliz de estar ali e Fernanda idem.

Sempre muito educada e bem-humorada, Fernanda e sua pequena e competente banda tocaram todas as canções selecionadas para o CD e versões bem gostosas de “Ben”, do Jackson 5, uma do Duran Duran que estou tentando lembrar o nome desde ontem, e outras canções que fizeram sucesso na voz de Nara.

Enfim, foi um belo show. Fiquei muito contente de ter ido.

sábado, 22 de março de 2008

Criando uma tradição.

- A gente podia ter uma aranha. Aí, no domingo, a aranha deixaria bananas caramelizadas para as crianças que se comportaram durante o ano.

- Não entendi.

- É a aranha da Páscoa. As bananas simbolizam a coletividade. A aranha simboliza... Ah, sei lá o quê. E o caramelo é só para dar um docinho mesmo.

- Você não acha isso meio bizarro? Além do mais, tem gente que tem medo de aranha.

- Ah, é, ok. Vamos tentar outro. Que tal o boizinho da Páscoa? Ele deixaria para as crianças comportadas um figo.

- Figo!? Tenha dó! E outra: você acha que as crianças vão cair nessa história de boi? Como um boi vai entrar na casa delas despercebido? E com um saco de figo nas costas?

- Calma, já pensei em outra coisa. Que tal o canguru da Páscoa? Cangurus são fofinhos e amáveis. O canguru da Páscoa levaria... vejamos... bolas. Bolas de doce de leite.

- Acho que estamos perto. Mas acho bola uma coisa meio... sei lá. Vamos pensar em outra forma.

- Cubos de Páscoa?

- Muito quadrados.

- Poliedros de Páscoa?

- Muito trabalho.

- Ovos de Páscoa?

- Ótimo! “Ovos de Páscoa”!

- Então fechamos no canguru e seus ovos de doce de leite?

- Hum... Não. Canguru é muito... sei lá, local. E eu não gosto de doce de leite.

- Tá bem, que tal um lêmure de Páscoa?

- Muito bizarro. Se bem que os olhos coloridos são legais.

- Aha! Já sei! Um coelho?

- Taí, um coelho... Gostei, gosto de coelhos. O coelho da Páscoa. Que traz ovos de... hum... chocolate?

- Perfeito! Então teremos o Coelho da Páscoa, que traz ovos de chocolate para as crianças que foram boazinhas.

- Será que alguém vai cair nessa?

domingo, 9 de março de 2008

Top 5 Motivos para amar Jack White

É, tem uma branquela ali na bateria, mas todo mundo sabe que o cérebro dos White Stripes é Jack White, vocalista, guitarrista, violonista, gaitista, tecladista e o mais-o-que você-quiser-ista da dupla. Para a nossa sorte, os White Stripes estavam muito além de ser a salvação do rock da semana. Seis álbuns depois, tenho cinco boas razões para amar seu líder. Ei-las.

5 - Ele mantém uma banda com a ex-mulher
Meg e Jack foram casados entre 1996 e 2000. E, aparentemente, continuar juntos em turnê e trabalho não incomoda nenhum dos dois. Isso é um feito.

4 - Ele faz shows bizarros
Os White Stripes já tocaram em um boliche, já terminaram a apresentação em Manaus no meio da praça, já fizeram um show de uma nota só no Canadá, já se apresentaram para veteranos aposentados em Londres.

3 - Ele tem nomes incríveis para suas músicas
Anota aí: “I'm Lonely (But I Ain't That Lonely Yet)” (“Estou Solitário, Mas Não Tanto Ainda”), “I Want to Be the Boy to Warm Your Mother's Heart” (“Quero Ser o Garoto que Aquece o Coração da Sua Mãe”), “Girl, You Have No Faith in Medicine” (Garota, Você Não Tem Fé na Medicina”), “Truth Doesn’t Make a Noise” (“A Verdade Não Faz Nenhum Barulho”). Deu? Além disso ele usa (e rima) palavras como “obtusa” e “hipnose”.

2 - Ele era tapeceiro
Aos 21 anos, Jack abriu sua própria loja de reforma de estofados. O negócio não decolou. Talvez porque ele tematizou tudo em três cores: branco, preto e... amarelo (uh, quase). Tudo tinha que ser nessas três cores e o slogan da empresa era “sua mobília não está morta”.

1 – Ele é muito bonitinho
Claro que estou falando da fase junkie, do começo da dupla – sabe, antes do bigode. Mas ele ainda é forte na medida certa, estiloso da sua própria (e bem peculiar) maneira e ainda tem aquele frescor branquinho e roqueiro de primeira viagem debaixo dos cabelos grandes e das cartolas.

Para ouvir depois de ler: Joss Stone - Fell in Love with a Boy

segunda-feira, 3 de março de 2008

"Rayf of Light" é mocinha.

Hoje o álbum “Ray of Light”, da Madonna, faz 10 anos. E, rapaz, como ele me fez e ainda faz bem. A sonoridade é perfeita, cheia de instrumentos acústicos mas com um ar experimentalista eletrônico, bons efeitos de mixagem, baladas mid-tempo e um electro-pop suave. As letras são docemente sérias e poderosas. Misturam citações bíblicas, filosóficas e cabalísticas com histórias sobre relacionamentos de todos os tipos fazendo as canções todas serem, em resumo, sobre amor. Eterna inspiração, CD da minha vida. Leia mais aqui e baixe aqui.